sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Na estação

Abria os olhos às 9 e meia da manhã e dava bom dia para o buraco no meio do meu oceano, bem lá no fundo, do fundo, do fundo. Onde nem eu poderia dizer ou transformar em palavras para dignificar que era amor e não vontade de sentir tudo de novo para acabar direito. Os pés no chão gelado, meia de dormir, de levantar com o cabelo bagunçado igual ao da Julia Roberts em 'Uma linda mulher'.
Eu colocava a mão sobre o peito e tinha o coração inteiro entre os meus dedos. Uma caneca de café, pouco açúcar. Descia como histórias de romance, daquelas que a gente vê na tv e quer acreditar que não acredita. Desviava os olhos para o relógio como se assim conseguisse afastar a vontade louca e gigante de me enfiar num carro e atravessar o estado ouvindo Jenny Lewis.


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2 comentários:

  1. Essa Gabriele Fidalgo me faz viajar com suas letras.

    adorei. ;*

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  2. Tenho por vezes a ideia de que aonde suas palavras estão, ouço rock alto e sorrio para o alto.

    bjos querida

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